PEGADAS MISSIONÁRIAS EM AGUALVA

            Outubro, com o Dia Mundial das Missões no seu centro, é conhecido como mês da missão. Nesse contexto importante para uma Igreja missionária, mulheres e homens consagrados a Deus para a Missão "Ad Gentes" (ANIMAG) de 13 Institutos, realizaram, de 11 a 19, uma Semana de Missão (SM) na paróquia de Agualva (Sintra).
Desde a concepção do projeto, o Pároco, o Claretiano P. Jorge Danilo, sublinhou querer que a Semana fosse tempo de lançamento e treino dos leigos na Missão pessoa-a-pessoa, nas casas e nas ruas. Para tal, exigia que se lhes desse formação. Foi o que uma equipa missionária procurou fazer, através de diversos encontros teórico-práticos realizados nos meses precedentes, no Centro Paroquial.

            A semana da missão teve como tema "Vinde e vede! - A alegria do Evangelho é também para ti!”. Seu objetivo era criar uma comunidade aberta, acolhedora e missionária, intensificar a fraternidade entre os agentes de pastoral e criar laços entre as pessoas que vivem nos bairros para chegar a constituir em cada bairro, pequenas comunidades cristãs evangelizadoras no seu próprio ambiente e em comunhão com o pároco. Foram estes objetivos que levaram os missionários e missionárias a deixarem as suas pegadas naquele populoso espaço da Grande Lisboa.



O Evangelho na rua, nas pracetas, nas casas

            As pegadas, na verdade, levavam perfume de presença e palavras hauridas na  Eucaristia e na Palavra de Deus.
A partilha da fé em Agualva aconteceu de modo simples. Os missionários e missionárias uniram-se a um bom número de leigos ativos da paróquia, para dar testemunho da sua fé e ser sinal de unidade no meio do povo, indo ao encontro dos que tanto necessitam de uma palavra amiga, de alegria e de esperança. Durante a SM, "os belos pés" missionários encontraram-se nas escolas, nas instituições, nas escadas dos apartamentos, dentro dos apartamentos, em moradias, na catequese de crianças e escuteiros e de adultos e, de modo particular, nos corações de todos com quem eles se cruzaram ao longo da rua. Houve sorrisos e simpatia, acolhimento e partilha, mas encontraram-se também pessoas renitentes à Palavra de Deus ou zangadas com Deus, com a Igreja.... Com estas, praticávamos a escuta longa, ativa, deixando que os “tumores” se esvaziassem… E foi por vezes comovedor constatar como, sentindo-se acolhidas e amadas na sua zanga, essas pessoas se abriam ao dom da fraternidade eclesial… Em tudo, a equipa missionária (constituída por uma Missionária/o e um ou dois leigos locais) tentou viver e testemunhar fielmente e com alegria a presença da ternura de Deus, movidos pela mesma necessidade de São Paulo de anunciar Cristo, e pela palavra do Papa Francisco: “Fiel ao modelo do Mestre, é vital que hoje a Igreja saia para anunciar o Evangelho a todos, em todos os lugares, em todas as ocasiões, sem demora, sem repugnâncias e sem medo." (Alegria do Evangelho, 22).
A coragem de levar a Boa Nova aos corações daquele povo teve o alicerce no encontro pessoal com o próprio Senhor da missão. Este encontro fez-se todos os dias, antes e depois da missão-na-rua. Além disso, um bom grupo de leigos invocava o dom do Espírito Santo para a Missão, na adoração permanente do Santíssimo. Sabiam que também participavam na missão, como comunidade de oração missionária, como diz o Papa: “Sem momentos prolongados de adoração, de encontro orante, com a Palavra e diálogo sincero com o Senhor, as tarefas facilmente se esvaziam de significado… A Igreja não pode dispensar o pulmão da oração”. (A alegria do Evangelho, 262)

            Outubro é também o mês do Rosário. Momento marcante foi aquele em que a comunidade reunida à volta do Pároco e com os Missionários, em procissão, apresentava Maria, Mãe de Fátima e Rainha das Missões, pelas ruas de cada bairro onde se tinha feito a missão. Esta procissão, que culminava cada fim de dia com a Eucaristia celebrada nas pracetas ou Jardins públicos, ajudou o povo dos bairros a ver a Igreja Católica no seu meio e a refletir nos mistérios da vida e da missão de Cristo.

Sede de Deus e necessidade de uma Missão contínua

No clima festivo do dia mundial das missões e em ato de louvor e de Acção de Graças pelo dom da fé e da vocação missionária, a Semana foi encerrada com a Eucaristia solene, presidida pelo Sr. Bispo D. Manuel Linda, concelebrada pelo Pároco e Sacerdotes Missionários que participaram na Semana. A alegria do banquete eucarístico foi depois prolongada fora da igreja num almoço-convívio e ao ritmo da música própria de uma sociedade intercultural como é a de Agualva, tão unida a Cacém, a “cidade mais africana de Portugal”. O nosso sincero obrigado às famílias que acolheram os missionários nas suas casas e de modo particular ao pároco e aos Leigos que tão generosamente nos receberam e conosco caminharam em Evangelização porta-a-porta, pessoa-a-pessoa.
Com o coração cheio de alegria os missionários e missionárias foram continuar a Missão noutros ambientes. Nas pegadas que deixaram, porém, ficou o desafio do Papa e da caminhada sinodal diocesana: é preciso que vós realizeis, em Agualva e para além de Agualva, “o sonho missionário de chegar a todos”. Isso mesmo sentiram os leigos que andaram com as Missionárias e Missionários. Na avaliação da SM, resumiram o compromisso que a vivência da Missão pessoa-a-pessoa lhes tornou premente: - as pessoas têm uma sede imensa de Jesus e de Deus e não O conhecem; é urgente continuarmos a visitar as pessoas, tornando a Igreja próxima delas levando-lhes o Evangelho da alegria e da esperança.
Pe. Floriano, SVD e Claudino, mccj, Ir. Eugenia Lino FMM


NOTA : A Semana, pedida pelo Pároco, na sequência da Semana Missionária realizada em Mira-Sintra, foi organizada pelo Núcleo Coordenador ANIMAG da Zona, em colaboração estrutural com o Pároco e o Conselho Pastoral Paroquial, com o Setor da Animação Missionária do Patriarcado de Lisboa (SAMPL) e com os Provinciais dos Institutos Missionários Ad Gentes.

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