S. Beatriz, S. Clara e S. Maximiliano

MISSÃO NAS PARÓQUIAS FRANCISCANAS DE MARVILA

O Vale de Chelas acolheu uma Semana Missionária original. Os ‘organizadores – executores’ foram três: as Paróquias confiadas aos Franciscanos Conventuais; o Sector de Animação Missionária do Patriarcado e os Institutos Missionários Ad Gentes.

Todos aceitaram que o Espírito Santo é o protagonista da Missão, mas que não aceita que cruzemos os braços. O trabalho foi dentro da Igreja (nas Eucaristias, nos encontros com crianças, jovens, idosos...) e fora (no ‘pátio dos gentios’, seja no Pingo Doce, na Escola Secundária D. Dinis ou nas visitas às famílias...). Na hora da partida dos Missionários idos de fora, a Missão continua e com mais força: a do Espírito!
Chelas é nome que mete medo. O filme ‘Zona J’ mostra um bairro marcado pela delinquência e pela miséria a todos os níveis. A Junta de Freguesia quer varrer este nome (Chelas) do mapa, fazendo uma grande campanha para vingar a designação de ‘Marvila’! Mas, esta como outras terras, tem gente muito boa e as pessoas que enveredam por outros caminhos podem e devem ter uma oportunidade de recuperar a dignidade perdida. Esta tem sido uma das Missões das Paróquias Franciscanas de Marvila.

D. Joaquim na Abertura...
D. Joaquim Mendes, na abertura oficial, em S. Maximiliano Kolbe, deu o tom a uma Semana Missionária nas Paróquias Franciscanas de Marvila, no ‘Vale das Conchas’, o Vale de Chelas. Lançou um enorme apelo à Missão convidando a todos abrir portas e janelas para deixar entrar o vento do Espírito e para que todos saíssem á rua a anunciar Cristo. Evocou a visita de Bento XVI a Portugal e a recente Carta Pastoral dos Bispos sobre o rosto missionário da Igreja. No fim da Eucaristia, na cerimónia de envio, os Missionários vindos de fora (do Sector de Animação Missionária e dos Institutos Missionários Ad Gentes) receberam uma vela e uma concha com uma Cruz. Frei Fabrizio, o Prior, apresentou o programa e explicou o tema escolhido: ‘Evangelizar em Comunhão’.
A presença de Missionários (Padres, Irmãs e Leigos) nas Eucaristias ajudou ao anúncio desta Semana que envolveria as três grandes comunidades (S. Maximiliano Kolbe, S. Beatriz e S. Clara) e sairia fora das Igrejas para falar de Cristo e dos valores evangélicos a quem se cruzasse com os ‘missionários’, na rua, na Escola Secundária, no Pingo Doce, nas casas das famílias a visitar... Foi uma ida ao ‘pátio dos gentios’.

Pátio dos gentios
Depois, dia após dia, sucederam-se os momentos por onde a Missão passou e deixou marcas: terça e quarta, uma equipa esteve no Pingo Doce com o projecto ‘Doce Missão’, montando uma tenda, distribuindo mensagens bíblicas, falando com as pessoas. Foi um momento de sensibilização, de gerar perguntas e inquietações, de provocar o encontro com ali só vinha fazer compras, em tempo de crise...).
Na quarta, houve uma conferência-debate com os alunos da Escola Secundária D. Dinis, onde se falou de Voluntariado e Missão para jovens. Houve testemunho de experiências missionárias e debate. No fim, notava-se que os participantes mostraram grande adesão à ideia da Missão, querendo, muitos deles, inscrever-se para iniciativas de Voluntariado a partir da Paróquia, rasgando horizontes mais largos para as suas vidas.

O desafio dos idosos...
Neste mesmo dia, os idosos dos centros de dia e convívio, reuniram-se em S. Beatriz da Silva para uma tarde de convívio missionário, festa que culminou com a Eucaristia. O mundo esteve quase todo ali, com testemunhos de Angola, Moçambique, Índia, Itália e Portugal.
Para que ninguém ficasse de fora, os missionários acompanharam as Irmãzinhas de Jesus, as Irmãs da Caridade de Madre Teresa e alguns Ministros da Comunhão na visita a famílias e doentes.

Vigílias de luz...
As noites de quinta e sexta foram marcadas pelo encontro das pessoas para formação, sensibilização missionária, testemunho e oração. Na quinta, todos os grupos e movimentos de adultos se congregaram em S. Maximiliano. Na sexta, foram os mais jovens a dinamizar a Vigília Missionária, em Santa Clara. Este momento forte de oração foi marcado pela Palavra, pela luz e pelo silêncio, bem ao jeito de Taizé.

Sábado das crianças...
As crianças tiveram a sua festa missionária no sábado, convertendo o habitual tempo de catequese num ‘ateliê’ missionário muito dinâmico e participado, marcado pela volta aos Cinco Continentes. Músicas, powerpoints, danças, encenações, histórias e jogos marcaram uma sessão especial de catequese onde, como dizia Frei Fabrizio, em pouco tempo as crianças deram a volta ao mundo. Tudo convergiu para a celebração da Eucaristia nas Comunidades, onde se podiam ver, afixados, os cartazes feitos durante as catequeses dos diferentes grupos.

A Missão não pára...
Se a Missão começou com a Eucaristia também a chave de ouro aconteceu á volta do Altar nas oito Eucaristias do fim de semana. Na hora da partida dos missionários de fora, ficou o desafio lançado aos missionários de dentro, ou seja, a todos: a Missão não pára e tem de ser uma paixão.

Tony Neves

INFO:

Franciscanos Conventuais

São cinco. Vindos da Itália, da Roménia e de Portugal. O Frei Fabrizio, o Prior, nasceu em Pádua (Itália) em 1961. Após sete anos de ordenação, foi enviado a Portugal onde chegou a Chelas em 1994. Seria enviado a Viseu, em 1998, para a fundação da uma nova Comunidade. Está em Chelas desde 2009.
O Frei José Augusto nasceu em Seia em 1958. Ordenado em Coimbra, em 1995, lá trabalhou até 2005, ano em que foi nomeado para Viseu. Chegou a Chelas em 2008.
O Frei Francisco nasceu em Veneza em 1955, esteve em Espanha até 95, partindo depois para Roma. Está em Chelas desde 1999.
O Frei Luca nasceu em Verona em 1965. Ordenado em 1998 foi nomeado para Coimbra onde esteve até 2005, ano em que foi colocado no Convento de Chelas.
O Frei Cristiano é o mais novo da Comunidade. Nasceu na Roménia em 1981. Ordenado Padre em 2009, foi colocado em Viseu, estando em Chelas desde Setembro do ano passado.
É esta Comunidade plural que garante a animação pastoral das Comunidades de S. Maximiliano, S. Beatriz e S. Clara. Estes Franciscanos Conventuais vivem em Comunidade, mesmo ao lado da Igreja de S. Clara, fiéis ao carisma de S. Francisco, valorizando a dimensão missionária da sua consagração religiosa.
Pelo que pudemos constatar nesta Semana, o povo aprecia muito a presença, o testemunho e a acção pastoral dos Frades. Um Catequista me dizia, no fim da Eucaristia, que eles são pobres, simples, simpáticos, acolhedores e ouvem as pessoas da paróquia antes de tomar decisões. O povo sente que a Paróquia é deles e isso acrescenta responsabilidades.


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